Graças a José, Jesus conheceu a
verdadeira imagem de Deus, tão diferente da oferecida pelos doutores da lei.
José apresentou a Jesus a imagem de Deus como pai, um Pai rico em amor e
misericórdia, que perdoa a rebeldia e o pecado, que ama todos os homens especialmente
os pecadores e os pobres… José para Jesus é a manifestação do amor paterno de
Deus. Nós imaginamos que Deus é pai
em relação ao modelo de pai que tivemos em nossa experiência familiar. Jesus,
sendo verdadeiro homem, passou pelo mesmo processo que todos nós. Ele sabia que
Deus era seu Pai nas duas formas: primeiro, pela renovação do Espírito Santo em
seu coração e segundo pelo amor paternal que José lhe dava.
O amor de José era reflexo do
próprio amor de Deus. A imagem paterna de José com certeza não é como pintam em
muitas estampas ou como é representado nas imagens. Um Velho triste, quase
saindo de circulação, mas um jovem de não mais de 25 anos (porque a tradição
pedia que o jovem não passasse dessa idade para se casar, pois se passasse não
receberia a benção de Deus), alegre, seguro, misericordioso, comunicativo,
forte e criativo. Não é lógico pensar que Deus Pai tendo todas as
possibilidades para buscar um bom partido para Maria, fosse contentar-se com
alguém que não fosse apoio, segurança, determinação e imagem de Deus pai para
seu filho Jesus.
Partindo da idéia que a imagem
que os filhos têm do pai influência na imagem de Deus pai, então a paternidade
é o primeiro meio de evangelização, pois nos mostra, mais com fatos do que com
palavras, como é o amor de Deus para com seus filhos. Um filho que foi amado
por seu pai não tem nenhuma dificuldade em abrir-se ao amor paternal de Deus.
Uma das responsabilidades
fundamentais de todo pai hebreu era preparar seu filho para um oficio. José cumpriu
fielmente esta tradição de seus antepassados, ensinando Jesus a trabalhar na
carpintaria. O mais importante não foi tê-lo feito capaz de usar a régua e o
esquadro, mas tê-lo levado a descobrir o valor do trabalho e a dignidade do
trabalhador.
José foi um operário que não
vivia para trabalhar, mas que trabalhava para viver. Seu trabalho era modesto,
mas digno e valioso. Era consciente de que todo trabalho, por simples e humilde
que seja, é digno e enobrece o homem, pois a dignidade do trabalho não depende
do tipo de serviço que se presta, mas do fato de que é sempre uma pessoa humana
que o realiza. Todo trabalho é digno e dignificante em si mesmo.
Ele passou a consciência para o
seu filho, que trabalhar não é uma maldição, mas uma benção pela qual Deus
permite ao homem participar do seu poder criador. A finalidade do trabalho de
José não era a produtividade impessoal, nem o aumento do capital, mas sua
realização como pessoa. Seu trabalho era uma benção para toda a sua família que
graças ao seu trabalho tinha o sustento.
Estudos Josefinos Junho 2001 N°
03 pag.73
Pe. José Antonio Bertolin
OSJ.