José, o Justo
Dom Genival Saraiva
Bispo de Palmares - PE
Dom Genival Saraiva
Bispo de Palmares - PE
Biblicamente, atribuir-se a alguém o apelativo de justo significa dizer que tem uma retidão de vida, que faz a vontade de Deus a seu respeito e, na relação com seus semelhantes, não fere a dignidade humana. No caso de São José, dúvidas cabíveis ocorreram no contexto do “período de noivado formal de doze meses. Esse tempo de noivado era considerado sagrado, como o próprio casamento. Apenas um divórcio formal poderia desfazê-lo. Geralmente, um contrato escrito selava o acordo, e nesse caso um abuso moral constituía adultério, podendo ser punido com a pena de morte. Tradicionalmente, depois do acordo selado, o noivo voltava para casa a fim de preparar um lugar para sua esposa, retornando em algum momento indeterminado no fim dos doze meses para buscar sua noiva, consumar o casamento e levá-la para o lar. É muito difícil imaginar a extensão da tristeza de José, um jovem justo, quando voltou para buscar sua noiva. Ao contrário da crença popular, a gravidez de Maria provavelmente não era visível ou publicamente conhecida quando José chegou.” Portanto, em relação ao mistério que acontecia em Maria, José revelou-se justo ao não querer “denunciá-la publicamente”.
A observância da justiça, via de regra, é muito difícil. Ser justo é um grande desafio para qualquer pessoa. Somente vive como justo quem tem princípio, formação e coerência. Sem dúvida, é assistido pela graça divina quem segue o caminho da verdade, da caridade e da justiça. Indiscutivelmente, a prática da justiça é sempre benéfica, no plano das relações pessoais e institucionais.
Considerando-se a situação de dominação, exploração e desrespeito ao ser humano e à natureza, muito evidente na sociedade contemporânea, conclui-se que há uma grande carência de homens justos e de mulheres justas. Para todos, São José continua sendo exemplo inspirador de santidade e justiça.
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